
Por Felipi Adauto – Episódio 100 do podcast “Água, Café ou Chopp Gelado” com Elisa Rosenthal
A presença feminina no mercado imobiliário tem crescido a passos largos nos últimos anos. Mas será que as corretoras e demais profissionais do setor realmente têm acesso às mesmas oportunidades que os homens? Ou ainda enfrentam desafios invisíveis que comprometem sua performance e seu reconhecimento?
Neste artigo — baseado no centésimo episódio do podcast Água, Café ou Chopp Gelado com Elisa Rosenthal, fundadora da comunidade Mulheres do Imobiliário —, mergulhamos nessa pauta com profundidade, trazendo insights, dados e reflexões valiosas.
O que é meritocracia — e por que o jogo já começa desigual
Meritocracia pressupõe que todos partem do mesmo ponto e, a partir disso, quem se esforça mais chega mais longe. Mas a realidade é outra:
- Enquanto muitos corretores têm liberdade para focar 100% em performance, muitas corretoras enfrentam jornadas duplas ou triplas, cuidando de filhos, casa e trabalho.
- A “linha de largada” não é igual para todos. Há diferenças sociais, culturais, de rede de contatos e de acesso à educação que impactam diretamente o desempenho.
Corretoras vendem mais. Mas por quê?
Elisa aponta que as mulheres são maioria entre os destaques em rankings de vendas. Os motivos incluem:
- Maior investimento em capacitação: mulheres procuram mais treinamentos, formações e desenvolvimento pessoal.
- Maior responsabilidade financeira e familiar, o que gera senso de urgência.
- Habilidade de conexão e empatia, fundamentais para vendas consultivas no mercado imobiliário.
- Forte atuação como influenciadoras na decisão de compra — mais de 70% das negociações têm mulheres como protagonistas ou decisoras.
Barreiras reais: segurança, estética, networking e assédio
Apesar da performance, existem obstáculos que ainda afetam a atuação feminina:
- Medo de visitar imóveis sozinhas, especialmente à noite ou em regiões de risco.
- Pressão estética nas redes sociais e no atendimento presencial.
- Falta de tempo para participar de eventos, happy hours e rodas de negócios (onde muito networking acontece).
- Casos de assédio, silenciados por medo ou falta de canais seguros para denúncia.
Como o mercado pode apoiar mais mulheres?
O episódio destaca várias práticas que imobiliárias e gestores podem adotar para promover equidade real:
- Criar estruturas de apoio para mães corretoras (horários flexíveis, suporte emocional).
- Garantir segurança nas visitas a imóveis, com acompanhantes ou escoltas.
- Disponibilizar ajuda de custo para vestuário profissional, reconhecendo o impacto da “Pink Tax”.
- Estabelecer canais de escuta ativa e denúncia contra assédio.
- Promover formações de liderança feminina e ampliar a visibilidade das mulheres em cargos de decisão.
O papel transformador das comunidades
Elisa fundou o Mulheres do Imobiliário com um propósito claro: gerar independência financeira feminina através do setor. A comunidade oferece:
- Networking estruturado
- Programas de mentoria
- Educação contínua
- Projetos sociais e eventos nacionais
E já impactou milhares de mulheres por todo o Brasil.
Conclusão: Meritocracia existe, mas só com estrutura de igualdade
Se queremos um mercado imobiliário mais justo, inclusivo e potente, é preciso olhar além da performance e começar a discutir a base estrutural das oportunidades.
A equidade não se trata de dar vantagem a ninguém, mas de remover as barreiras invisíveis que impedem muitas mulheres de avançar, mesmo tendo competência de sobra.
Quer conhecer mais o trabalho do Mulheres do Imobiliário?
Acesse: www.mulheresdoimobiliario.com.br
Ouça o episódio completo no YouTube ou Spotify:
Episódio 100 – Com Elisa Rosenthal
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